Não deu para os meus amigos franceses Florian e Vincent! Eles não se recuperaram da crise de vômitos e febre e decidiram por ficar descansando mais um dia. Já eu tive mais sorte! Embora não me sentindo 100%, acordei disposto em seguir o meu plano: chegar em Atenas no dia 13.

Gjirokaster – Albânia
Desejei boa sorte aos meus amigos e meti o pé na estrada! 523 km me separavam de Atenas. Era preciso fazer uma média de 90 km por dia para cumprir o planejado. Teria pela frente fortes ventos, longas montanhas e todos os imprevistos que as curvas escondem nas viagens de bike. Para piorar, nesta época do ano os dias são curtos e lá no alto das montanhas era preciso achar um lugar aquecido para passar as noites. Com isso, as vezes se gasta um tempo precioso! Minhas pesquisas indicavam noites de – 4°C.
Mesmo assim sai decidido! Logo depois de 2 horas de pedal, cheguei na fronteira entre a Albânia e Grécia. Carimbo no passaporte! 30° país do Projeto da China para Casa by Bike! A recompensa foi saber que o fuso horário mudou e teria uma hora a mais de luz por dia para pedalar. Mas havia algo errado!
10 km depois, fui obrigado a fazer uma parada estratégica em um matinho na beira da estrada. Foi uma limpeza geral e a partir daquele momento, não senti mais nada! Estava confiante novamente! Zerado! Mas continuei com os cuidados com hidratação e alimentação.

Próximo a Ioannina – Grécia.
Sabia que os 3 primeiros dias eram os mais duros em relação a altimetria e tempo ruim. Mas não quis nem saber! Pedalei com muita pressa! Atropelei algumas atrações interessantes e engoli a seco os conflitos entre a necessidade e o desejo de seguir em frente e a vontade de parar e conhecer melhor alguns lugares e pessoas. Sempre quando deu, ao invés de montar a barraca, dormi na rede. Assim, o tempo gasto para levantar acampamento foi bem mais curto!

Cômodo de uma casa abandonada que serviu de abrigo para a minha rede. Menidi – Grécia

Dormindo na rede na beira da praia. Grécia
Depois que passeio pelas montanhas e cheguei ao litoral novamente, o vento soprou a favor e o relevo deu uma boa amainada! Ali tive a certeza que só mesmo uma tragédia me impediria de alcançar meu objetivo. Consegui até sentir o cheiro cítrico dos limoeiros e laranjeiras carregadas e não me importei em pedalar alguns quilômetros no escuro para curtir o pôr do sol.

Limoeiro Siciliano – Grécia

Linda ponte entre Rio e Antirrio – Grécia

Colorido pôr do sol – Grécia

O vento penteando o meu cabelo no litoral da Grécia.
Aí, você pode estar se perguntando: Para que essa pressa toda?
É que agora meu amigo, peço a sua licença, pois vou me ausentar até o início de fevereiro. Por que?
Só pra ver o meu amor!